Conversando abertamente sobre TDAH...
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Muita coisa tem sido dita sobre o Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade, TDAH. Muita gente tem comentado a respeito: pais de portadores da doença, pesquisadores, psiquiatras, neurologistas, pediatras, professores, religiosos, curandeiros holísticos, etc.
Apesar de ser uma doença mundiamente reconhecida e como tal codificada na Classificação Internacional de Doenças (CID) pela Organização Mundial de Saúde (OMS) - a mesma instituição que informa se estamos em risco para epidemias de doenças infecciosas e orienta uso de vacinas e outros cuidados para o mundo inteiro - há médicos e outros personagens da sociedade que insistem em negar que o TDAH seja uma enfermidade real, que tem quadro clínico definido, tratamento e um curso natural, isto é, caso a criança não seja tratada tende a levar a um certo desfecho desfavorável para aquela pessoa.
Mas, mesmo dentre aquelas pessoas mais esclarecidas da sociedade brasileira, há os que, por desconhecimento ou por preconceito, acreditam ou preferem pensar que o TDAH seja uma doença neurológica e recorrem ao neurologista para realizar seu diagnóstico e tratamento.
Entretanto, conforme a OMS, o TDAH é um transtorno mental, codificado como F90.0 pela CID como "Distúrbio da Atividade e da Atenção", no capítulo Transtornos Mentais e Comportamentais, o mesmo capítulo "F" a que pertencem outras doenças como Esquizofrenias, Depressão, Transtorno de Humor Bipolar, etc.
Portanto, o profissional preparado em sua formação médica para realizar os difíceis diagnósticos diferenciais de TDAH com outros transtornos mentais é o psiquiatra da infância e da adolescência.
Assim, toda vez que, em lugar de tratar-se, no caso de adultos, ou encaminhar a criança ou adolescente para o tratamento de TDAH para um médico não-psiquiatra, no caso das crianças, não-psiquiatra da infância e adolescência, a escola ou a família demonstram ou desconhecimento sobre o TDAH ou, pior ainda, preconceito. Sim, preconceito com o fato de ser este um Transtorno mental e como tal ser tratado por Psiquiatra.
Mas, muitos diriam, não é melhor tratar com um não especialista do que não tratar?! Pode ser, se o diagnóstico estiver adequado, a medicação estiver correta, a dose da medicação estiver correta e o horário do remédio ajustado àquele paciente. Caso contrário, será apenas uma fantasia que criança, famíla e escola estarão compartilhando.
Bem, voltemos à realidade. Como um profissional que não estudou para avaliar o comportamento de uma criança, para examiná-lo, pode mensurar estes parâmetros? Sim porque a formação do psiquiatra contempla a formação em neurologia, entretanto, não ocorre o inverso, as residências em neurologia não preparam em psiquiatria!
Toda família deseja que seu filho tenha um bom desempenho escolar, mas isto depende de investimento na saúde mental da criança, tomar esta decisão depende dos pais.
Dra. Glaise Franco
Especialista em Psiquiatria da Infância e Adolescência
UNICAMP/ Associação Brasileira de Psiquiatria/Conselho Federal de Medicina
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